segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Roots Monday Roots

Esta foi a primeira segunda-feira em meses que eu acordei sem preguiça, moleza ou melancolia. Uma hora de caminhada até o trabalho, ao som de Dream Theater, Van Halen, Def Leppard e Little Angels, serviu para refletir sobre bons momentos e organizar alguns pensamentos para o dia.

Entre as reflexões eu pensei bastante a respeito do primeiro ano da faculdade, momento mágico para muitos (para mim foi) e agora, ao fim do acompanhamento da turma do primeiro semestre, percebi a evolução de mais de 40 alunos. Interessante como no primeiro mês, eles mal se conhecem e fazem questão de se apresentar como uma grande turma em uníssono, marcando churrascos e cervejadas para que quase todos possam participar.

Mas, depois de quase 4 meses, é engraçado como o processo de blocos já se iniciou e está tomando formas, ruindo a unidade, abrindo-se espaço para conjuntos dissonantes. Pessoas semelhantes se “ajuntaram” a seus pares, até aí, nada de surpreendente, mas o que me impressionou foi a mudança da turma em uníssono para blocos que já tem rivalidades, rixas e grandes diferenças. Para mim é natural a segmentação dos alunos, mas a exclusão e a ironia são a nova tônica da sala. Marcar churrascos se tornou uma tarefa difícil, assumida por um protótipo de mártir da sala. O antigo “ok, vamos lá” transformou-se em “nesse sábado não dá pra mim” (grande coisa o pra mim numa turma de mais de 40!); “pode ser outra hora”, “de tarde não dá”...

Eu nunca fui adepto de ser “amiguinho e querido” por todos, muito pelo contrário, não gosto de ser um “boa praça”, prefiro ser autêntico e ter pessoas autênticas do meu lado a estar num bando que está feliz por estar com mais 47 pessoas numa mesma atividade, onde todos falam de si mesmos mas quase não se conversa, muito menos existe um interesse em conhecer melhor quem está ao seu lado!

Pra concluir, conversando com um grande amigo, ele me chamou a atenção para uma sutileza de comportamento que mudou nos últimos 20 anos. Quando eu era pequeno, bem antes da internet, era comum a integração entre os amigos da escola. Lembro-me com muitas saudades das sextas em que um amigo passava a tarde em minha casa ou vice-versa. Estes “coleguinhas” da infância são grandes amigos onde o relacionamento deles com meus pais e o meu com os pais deles é familiar, eles fazem parte da minha família e eu da família deles, existe um grande carinho e respeito familiar. Hoje os jovens tem diversos grupos de relacionamento, mas poucos amigos, pois se conhecem por intermédio de um teclado-monitor, pequeno é o relacionamento pessoal, seja com os amigos da escola, com a turma do prédio ou da realmente finada turma da rua!

Boa semana a todos

jk

Um comentário:

  1. Bem observado, e relembrando outro post nosso, digo, do Guga. A tecnologia modifica o comportamental.
    Bom post, Fura Coisa.
    PV

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