
Tangível cruel do desejante - imagem
Ferramenta pronta, adicta do desvendar-se. Será.
Inerente sua mecânica de utensílio?
Pura tolice.
Não há nada engendrado no artefato
que me faça crer nesse traduzir
Avesso de quê
Nada que me convença
que nele se instalarão as pegadas
ou fragmentos de memória
Geograficamente deserdado – sem PAI nem mãe.
Incrédula matéria.
Fixado, estampado, pendurado
ou ainda fincado de quina na areia
devorando ondas e nuvens.
Ainda assim um nada solene
um não espaço próprio
Não vivente condenado ao alheio
Tão somente o físico
que retém seu corpo distinto
de moléculas inconfundíveis.
Tempo nenhum instalado
guardado
traduzido no dispositivo cristal. Nada
E por que não acredito nele?
Mas se não acredito
é porque decidi diante daquelas conjecturas
por não acreditar
E se averigüei assim é porque considerei a possibilidade
ainda que remota, de o físico abrigar nesse corpo
(o avesso do tangível onde me revejo)
Uma existência viva – outra
Com suas outras
ruas
lojas
a última compra, fatalidades,
o mar.
Faz pouco, tão certo estava
de que não posso nele - artefato,
encontrar as tais crenças.
Como poderia - se o delimito
tão geometricamente,
se conheço sua cilada virtual
Insistir ver nesse retrato
uma curva que se faz longa e
calma por trás de meus cabelos
Insinuando uma rota para um mundo vivo onde o vento é suave.
Onde posso entender com prazer que esse avesso de mim é outro
Um outro no qual vejo as mesmas fantasias, e encontro tímido, o amor. Mulher.
Como imaginar a mágica dessa imagem
Fazê-la tão íntima e viva quanto me sei
Olho seu olhar, seus olhos profundos
E quando tudo se acalma me rendo ao avesso do avesso
que a imagem me dá
Quero esse lugar pra sempre. Agora sei que me quer também.
E sou quase tudo.
não entendi metade.. mas, me deu vontade de chorar mesmo assim.
ResponderExcluirhehe
G.
obrigado, Guga.
ResponderExcluirdepois eu traduzo pra vc.
é um primeiro passo.
rsrs
abx