texto de Marjorie Aun
Fui convidada por uma Faculdade de Arquitetura e Urbanismo a dar aulas sobre um tema que, para mim, é apaixonante: a recuperação do Centro Histórico de São Paulo.
Comecei minha carreira dentro do urbanismo, no Programa PROCENTRO, criado pela nossa prefeitura em meados da década de 90, ao lado da pioneira ong Associação Viva o Centro, onde minhas professoras da USP trabalhavam.
Então para mim, é como uma volta às origens, um movimento de tornar útil tudo o que aprendi há anos atrás.
Logo na 1ª aula senti um desafio: trazer temas e elementos que aproximassem a realidade da cidade ao aluno que está sentado diante de mim. Pensei nos projetos que realizei para Prefeitura, conversei com ex-professores, reli livros e entrevistas e, assim, separei algum material que percebi ser interessante.
Mas foi ao sair da faculdade que, passando diante de uma banca, vi a Trip de fevereiro. Falava de urbanismo, sustentabilidade, vida nas cidades. Tantos textos de urbanistas como Kevin Lynch, Munford, Raquel Rolnik, Jane Jacobs, juntaram-se às matérias da revista.
O que fazer para mudar a situação?
Como desenvolver o sentimento de cidadania?
É assim que agem as Ações Locais, projetos de zeladoria urbana que convidam o morador ou freqüentador de cada logradouro a colaborar na manutenção de seu espaço. Criadas pela Viva o Centro, que por sinal é presidida por ninguém menos que Henrique Meirelles, elas se dividem em diversos distritos de nosso centro histórico ensinando a população a cuidar da cidade. Limpeza, iluminação, segurança e conservação de casas e edifícios podem acontecer assim, com a simples união de esforços entre poder público, empresas e comunidade.
Assim pensam tantas outras entidades, como os americanos do Partners for Livable Communities, que tive o prazer de conhecer de perto durante os anos de PROCENTRO. Como ilustradora, participei também de um projeto da S.O.S. Mata Atlântica, que instruía a população para cuidar da vegetação e dos pássaros nas praças paulistanas.
José Junior, do AfroReggae, que recebeu o Prêmio Trip Transformadores de 2008, e Otávio Junior, do Ler é 10, Leia Favela, também ignoraram dificuldades e passaram a trabalhar por um mundo melhor. Nada mais inspirador!
Parabéns Marjorie,
ResponderExcluirComo seria maravilhoso se tivéssemos alguns políticos com esta visão.Acho até que todos colaborariam e entenderiam mais as nossas belezas antigas.
Marjorie, também acho o centro maravilhoso!! E com certeza isso depende muito do olhar que colocamos, do ângulo que miramos na nossa frente... adorei o texto! beijo grande Flavia
ResponderExcluirMarjo,
ResponderExcluirQue bacana!! Adoro o Centro e como arquiteta concordo plenamente com a sua opinião. Adorei o texto e desejo muito, muito sucesso nessa sua nova experência!
O centro merece uma mudança. E acredito que as poucos ela está acontecendo.
Se cada um de nós puder colaborar com um pouquinho a dimensão da mudança será muito maior!
A mudança começa dentro do nosso pensamento.
Mil bjoss,
Sucesso, Saudades,
Larissa
Como poderia, como fotógrafo, deixar de observar as intrigantes arquiteturas que desvendam uma outra existência, tão próximas e inatingíveis, solicitudes da história, de um tempo acontecido. Um flerte na Rua Boa Vista, um lencinho bordado que cai nas pedras do Lgo São Bento. Um cavalheiro de luvas que o resgata e experimentando o perfume, acrescenta:
ResponderExcluir- Deixaste cair, senhora.
- Senhorita, por favor.
E se pensarmos mais longe??
Pátio do Colégio!!! affff
Tantas vezes parei ali para imaginar os passáros, os córregos, os rios, os jesuítas nas tarefas diárias.E agora a Metrópole.
Como transeunte e pessoa comum, vivo o conflito da delícia do local com a violência do contidiano, oclusão trazida pela modernidade, impingindo a profusão de tudo e todos.
Há que se preservar e entender o passado, para que o futuro seja promissor.
bjs Ma. Você é demais.
PV
Nossa, que poeta vc é, PV...
ResponderExcluirE realmente este tema é cheio de enormes contradições q vem se intalando a décadas(a opulência do passado e a decadência atual,por ex), daí a dificuldade e a "preguiça" de mtos em combater a degradação daquela região.
bjs!
Ma