conectada //

pra ilustrar o post: Uma releitura inusitada de Alice no País das maravilhas pelas lentes da fotógrafa: Elena Kallis. Para quem ama Alice. ( equipe digital) - copiado do facebook da Fran

Tô mandando o texto por dois motivos: primeiro porque o Guga me chamou de enrolada, quando na verdade eu só queria fazer o melhor texto do mundo para esse blog que eu gosto tanto, não deu, prazo curto e o cliente estressado. Parecia coisa de atendimento. 

E segundo porque quero que o Marco me critique também, fiquei com uma invejinha da Pati. Um beijo para todos os integrantes do Furabrejas. Falando nisso, o furas tá no Twitter Guga?

Superhipermegaconectada

Se você quiser falar comigo, tenho dois números de telefone, três com o fixo, quatro com o número da agência. Um deles é 3g, tem 16 gb e tudo que preciso hoje para acompanhar o ritmo de uma vida desenfreada e conectada. Quem quer acompanhar esse ritmo? Eu quero. Eu pergunto e respondo bem rápido, para não perder tempo. Nos dias de hoje, perder tempo é quase um crime com as milhões de informações que temos acesso a cada instante. Perder dois minutos falando “bom dia”, por exemplo, é tão absurdo quanto não estar no twitter. Se esse texto fosse um teste de revista daria que sou desligada e conectada no grau máximo que existe. Existe grau para isso? Certeza que sim. Minha vida quase cabe inteira nesse aparelho lindo e imponente que tem como símbolo a maça, já mordida. Provavelmente uma alusão ao pecado do desejo que desperta. Falando em despertar, é ele que me acorda todas as manhãs, ele que me mostra o extrato bancário todos os dias e ele que me avisa dos aniversários da semana. É ele que me conecta com a sua vida, embora eu seja desconectada de tudo. Esses dias me perguntaram: mas 3g funciona na lua? Porque vivo alternando entre lá e cá, numa sintonia que beira a loucura e numa rapidez digna de 3gs.

Mas se, ainda assim, você não conseguir falar comigo, te dou mais um milhão e meio de chances. Estou no msn. No orkut. No twitter No facebook. No gmail. No hotmail e no e-mail da agência. Quer dizer, se você quiser mesmo, não tem muito como não me achar. Ainda tem o Google que dá o endereço do meu blog e o Google analytics que dá o endereço de quem acessa. Como você pode ver estou bem aqui, a um clique, a uma mensagem e a apenas um e-mail de distância. Basta uma twitada e todo mundo tá sabendo que acabei de sair da agência, que o trânsito tá parado e que tenho uma festa mais tarde. Mais uma e lá vou eu comentar a novela, contar do livro que estou lendo e indicar uma música que tá tocando sem parar no meu i-pod. Meus amigos nem sentem minha falta porque recebem informações do que faço a todo minuto e eu deles. Mutuamente nos seguimos e não tem mais como ser diferente.

Amo essa tecnologia que encurta distâncias, mesmo sem encurtar, que engana quem se deixa enganar, que me faz ser íntima de quem nunca vi e distante de quem amo com todo meu coração.Sinto um conforto enorme, uma espécie de quentinho na alma ao ver todo mundo online e saber que estão, se quiser, ao alcance do meu dedo. Um toque e vejo a materialização das respostas, das dúvidas e até recebo declarações de amor. Vejo a falta de nocão, os erros de português e o carinho de mensagens de gente que não faço a menor idéia de quem seja. Porque na frente de um espaço em branco todo mundo se declara, todo mundo se lamenta e todo mundo dá palpite. Diante do teclado, todo mundo fica valente, engraçadinho e inteligente.Então, se você quiser mesmo me achar, estou bem aqui, super conectada e ainda me sentindo sozinha, com 16 gb de memória e esquecendo de quase tudo. Porque sou um pouco contraditória e meio desenfreada, como a tecnologia. Todos somos. E foi assim que de repente que a vida ficou 3gs. E não tem mais volta.

Sou a Fran. Sou redatora publicitária e digo que: “agradar os clientes não é fácil, mas agradar o Guga é quase uma arte. Ufa”.