sábado, 22 de maio de 2010

ZZTop (de Tutão para Ticão)


Meu irmão faleceu há exatos 16 anos, quando tinha 24 e eu, 14. Me ensinou muitas coisas, entre elas a ouvir o rock and roll na sua maneira mais simples, crua e eficaz, especificamente 3 bandas: AC/DC, ZZ Top e Def Leppard.

Ontem, ao ouvir os primeiros acordes dos velhos texanos eu estava cumprindo mais um dever com meu irmão, o Ticão. Sim, eu vi o ZZ Top! Sabe aquelas coisas que a gente tem certeza que nunca vai acontecer? Então, aconteceu, eram eles em pele, osso e barba.

Como não conheço ninguém que adore e conheça bem a banda, era uma sensação estranha, pois até quem diz que realmente conhece o ZZ Top não vai além de 4, 5 músicas, portanto chego à seguinte conclusão: a maior parte da platéia que estava no Via Funchal o fazia por RESPEITO. Não se chega a 41 anos de carreira fazendo o que bem entende, sem sair de casa (Texas, no caso) e sem dar a mínima para quem quer que seja, à toa. E mais: não se surfa nas praias do Blues e Rock ao mesmo tempo sem ter autorização prévia. Não é qualquer banda que consegue isso com uma base tão simples e direta.

O mais engraçado, em se tratando do respeito e curiosidade de quem estava ali para ver os barbudos, foi a miscelânia de camisetas de bandas, desde Dio até Bon Jovi, passando obviamente por muitas do AC/DC e Led Zeppelin, mas poucas camisas do......ZZ Top (sic).

Bom, apresentações à parte, vamos ao show, que começou com “Got Me Under Pressure”, minha preferida de longe, do disco Eliminator (1983). Depois foi uma sucessão de antigas: “I’m Bad, I’m Nationwide”, “Jesus Left Chicago”, intercalando com “Pincushion” talvez o último hit da banda na MTV, em 1993.

Depois somente blues arrebatadores, com destaque para “My Head’s In Mississipi”e “Cheap Sunglasses”. De repente a música mais conhecida da noite, e não era deles, mas sim “Hey Joe” de Jimi Hendrix.

Blues vai, cerveja entra e deixaram as melhores (e mais conhecidas) pro final, uma atrás da outra. Eles saem do palco e voltam com instrumentos “fofinhos” (baixo e guitarra com ornamentos de pelúcia). Eu já sabia: era “Legs” com os mesmos instrumentos do clipe (de 1983). Depois vieram ”Gimme All Your Lovin” e “Sharp Dressed Man”. Pausa e voltam com guitarras verdes. Era “Viva Las Vegas”, música pouco conhecida por aqui mas que é um hino por lá. E no final pra quebrar tudo de vez, “La Grange” e “Tush”.

Foi isso. Missão cumprida com a música e com meu irmão e o sentimento de que todos que estavam ali prometeram ouvir um pouco mais de ZZ Top, e que respeito é pouco para o que os caras fazem e fizeram no palco. Portanto vai uma dica: ouça os discos Deguello, Eliminator e Tres Hombres, albuns essenciais em qualquer coleção.

Ticão, RIP my brother!!! Mais um sonho realizado!!!


Tuti Mendes


7 comentários:

  1. Lindo texto meu irmão! Estamos aqui para realizar sonhos. E isso a música faz. Bom estar ao seu lado mais uma vez. Abs Gugão!

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  2. E não é que o Homer escreve bem..post ANIMAL!!!
    abrax

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  3. Eu fui. Eu conhecia todas as músicas. Eu tenho todos os discos. Eu tirei fotos debaixo da barba do profeta.

    Billy Gibbons é deus.

    E emocionante seu post.

    abração
    Marcus

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  4. Tuti..mermão...palavras..sentimentos...quantas saudades...linnndo o texto o ticão deve estar rindo a toa rrrssss amo vcs...
    Vânia

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  5. oh Madam, vc por aqui!?
    precisamos de postagens sobre tatuagens.
    e aí? tem coragem?
    bjos
    Gugão

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  6. Bem vindo aos Furas, Tuti.
    Lindo post.
    PV

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  7. Bem vindo? O Tuti já escreveu uns 10 posts...
    porra Villar para de beber caralho.
    G.

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