domingo, 27 de novembro de 2011

Lou Reed & Metallica | o polêmico LULU


Desde o anúncio deste projeto inusitado e tudo o que especularam sobre, fiquei surpreso e, bastante, preocupado, mas fiquei feliz em saber que a banda continua fiel ao que sempre defendeu: liberdade para expressar sua arte de acordo com o estado de espírito de quatro seres humanos (no caso cinco) que se juntam para criar algo que amam acima de tudo. Mesmo com toda crítica, e com vários altos e baixos (de todos os tipos) durante os 30 anos de carreira, eles não nunca tiveram medo de experimentar e o limite musical ficou cada vez mais longe. Dito isso, dá pra entender por que mergulharam em mais um projeto diferente, desta vez com o ícone Lou Reed.

“LULU” é adaptação musical de uma peça de 1913, escrita pelo dramaturgo alemão Frank Wedekind e baseada em manuscritos do austríaco Alban Bergque. A peça, conta a história de vida de uma jovem dançarina e seus controversos e perigosos relacionamentos. A obra é conhecida, coletivamente, como “Lulu Plays” e é composta por duas parte: Erdgeist (Earth Spirit, 1895) e Die Büchse der Pandora (Pandora’s Box, 1904).

Originalmente, as letras e parte dos arranjos foram rascunhados por Lou Reed para uma produção teatral em Berlim, mas ao se juntar com o Metallica para os shows do Rock and Roll Hall of Fame em NY (em 2009), percebeu que precisava da melhor banda de rock do mundo para isso (palavras dele, que eu concordo).



Escutei o disco, pela primeira vez, em uma madruga triste. Eu estava triste, cheio de dúvidas, remorsos e raiva. O disco caiu de uma forma assustadoramente perfeita, mas as outras tentativas foram muito frustradas, barulho demais, essa maneira do Mumm-Ra recitar as músicas me irrita (mesmo tendo letras fortes). A mixagem e o timbre dos instrumentos estão ótimos, o Metallica fez um trabalho ok (ponto).

Como escrevi outro dia: "é um disco para ser assistido, inteiro, acompanhando as letras e tentando imaginar a peça, o filme...". Aí talvez ele funcione. Não é um disco de rock. Não é um disco do Metallica (muito longe disso). É uma experiência. Um estado de espírito.

Como a Fenomenologia, que recorri para tentar explicar meu sentimento. Não sei o que é. Não sei explicar. Não sei se eu gostei. Não sei se eu desgostei. Sei que me faz pensar de maneiras diferentes. Logo eu, um cara tão pouco eclético musicalmente e radical por falta de bagagem cultural mesmo.



Bom, tirem suas próprias conclusões.

Pode ouvir o disco todo aqui: LULU

Todas as críticas foram péssimas, mas os caras morrem de orgulho do projeto (isso é bom). Escutem sabendo que é uma experiência e não um disco. Em um outro momento quero fazer um post sobre a arte que embala a polêmica (que também me causou estranheza).

Bjo

G.

2 comentários:

  1. Oi Guga, já te falei que gostei de Lulu, mas discordando de vc, acho linda, incrivelmente poética, a maneira como Lou Reed recita as músicas. Seu jeito é intenso e forte (assim como as letras), mas ao mesmo tempo me passa uma sensação de leveza, de paz, de contemplação, de querer mais... nada se move, nada se exalta, mas alguma coisa irradia! Beijo.

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  2. É... tem esse lado também. Mas a senasação que me passa não é de leveza.. em mim acontece o contrário. O que não é necessariamente uma coisa ruim, mas alguma coisa irradia sim... por isso, digo que é mais que um disco. Obrigado pelo comentário Fabi. Vamos esperar o que os outros tem a dizer a respeito. Bjo

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