terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Onde o Rock Errou?

Furas, beleza?

Depois de Ver o depoimento do Edu Falaschi no post anterior no vídeo do rockexpress (com o tiozinho zuado apresentando), obviamente me deu uma "coceira" de transformar pensamentos em post, um pouco mais que isso, fazer uma carta aberta ao grande Edu Falaschi. O título é uma paráfrase da música do Lobão, que era um "visionário" já no fim dos anos 80.

Edu, boa tarde!

Gostaria de dividir um conceito: as bandas não são só músicas, são referências, imagens, identidades, reconhecimentos. A música é um veículo para a banda se apresentar, mas a banda é uma MARCA que transcende sua própria arte e se torna ícone de um segmento de público.



Coincidência ou não, como você disse, só o Sepultura e o Angra são referências do Heavy Metal brasileiro e as duas bandas tem mais de 20 anos. Por quê? Simples, pois existiam muitos jovens no fim dos anos 80-90 dispostos a consumir e se identificar com o comportamento Heavy Metal. Nunca faltaram bons músicos e bandas admiráveis no Brasil. O Viper quase formou a tríade do Metal nacional, mas se perdeu por falta de planejamento, o que felizmente tanto o Sepultura e o Angra pela força da MARCA conseguem aos trancos e barrancos superar as más decisões de seus managers.

Antes de tudo, músico não é manager e tem que se ocupar com a arte, inspiração e compartilhar o dom com seus fãs. Músicos devem se concentrar na arte, mas infelizmente a sua grande sensibilidade musical não permite ter sensibilidade comercial ao contratar alguém que tenha visão de negócio para perpetuar a MARCA que é a banda.

O Rock não errou, ele existe há décadas e se renova, reinventa, evoluí. O público também não errou, o público muda de opinião, opção e de gosto. Quem errou? Simples: os "MANAGERS" do Rock erraram feio pois caíram nas 5 armadilhas do Branding que o Kotler nos apresenta:

1) Achar que é dono da marca: o dono da sua imagem é seu público e não a cabeça do seu manager.

2) A marca tem vida própria: uma banda que não renova suas promessas corre o risco de se tornar obsoleta, uma vez que outros gêneros ganham preferência.

3) Ser percebido e não ser relevante: não basta ser percebido e lembrado, tem que ser relevante, tem que ser comercializado.

4) Não use tapa-olho: o sucesso do passado não garante o futuro de nenhuma banda, é necessário ouvir o seu fã.

5) Não deixe sua marca na mão de terceiro: não é o manager que define o que uma banda tem que fazer!

Como as bandas se relacionam com seus fãs? Na era das redes sociais e facilidades da Internet eu não encontro 1 site para comprar produtos da banda que eu me identifico... não há shows temáticos, shows "surpresa", relançamentos de discos antigos, caixas especiais, não há divulgação, não se apresentam novidades... em São Paulo as vezes consigo ouvir Angra na Kiss FM e só... Sepultura, que já foi #1 no top 10 MTV não passa/toca em qualquer mídia!

E o público: envelheceu, pois novos fãs não são sensibilizados como eram há 20 anos, as promessas não se renovaram... hoje o "público genérico" gosta de gigantescos eventos só para dizer que esteve no show. Pior nem conhece a banda!!!

Por que não usar o Palace (que mudou de nome 10 vezes e eu não sei o seu nome) para eventos de uma única banda bem divulgados? Local centralizado de São Paulo e com bom conforto? Perguntas vagas, eu sei!

Edu: qual é o planejamento do Angra e do Almah para os próximos 3 anos? E 5 anos? E 6 meses? As bandas com seus managers tem que fazer o futuro e não viver do passado brilhante! Eu não sou "o tiozinho mais bem informado de São Paulo", mas nem fiquei sabendo do show do André ou do Almah para prestigiar ao vivo... O Dr. Sin tocou há pouco no Manifesto (que é bem desconfortável) e eu não fiquei sabendo...

Se não há divulgação, não há relevância, não há público "velho" e nem conquista de novos públicos. Culpa de quem? Dos MANAGERS que são incompetentes, arrogantes e míopes para não usar adjetivos mais "pesados".

ABRAÇO!!!!

jk

Um comentário:

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