Copa do Mundo e o Pacheco

Eu adoro a Copa do Mundo, me vem lembranças de um distante 1982 quando eu ficava feliz por sair mais cedo da escola e minha mãe preparava pipoca (na pipoqueira, não havia as práticas pipocas de microndas...) e muita Coca-Cola gelada. Gosto muito, mas não para andar vestido de verde-amarelo...

De 1980 veio o Pacheco, personagem da Gilette que era um típico torcedor brasileiro, que adora o futebol e nos dias de jogo da seleção se transformava.

Deste personagem surgiu a palavra "pachequismo", que significa (mais ou menos): brasileiro que não liga para seu país, mas quando chega a Copa, pinta a rua de verde-amarelo, pendura uma bandeira no carro, só veste as cores da seleção e até consegue decorar por 30 dias o hino do país.

Como vocês me conhecem um pouco, podem imaginar o quanto isto me irrita, uma profusão de falsos nacionalistas que descontam a sua incompetência e indignação rotineira no sucesso do futebol da seleção, isto é, um bando de derrotados que se sentem vitoriosos pois um grupo de pessoas que representam o Brasil-sil-sil tem sucesso... nada mais triste do que achar que estes "homens" realmente estão preocupados com a alegria de um "zé-ninguém" entre o Oiapoque ao Chuí.

Outro paralelo que me incomoda que ocorre em menor "quantidade" é a vitória de um piloto "brazuca" na Fórmula 1, incrível como do dia para a noite milhões se transformam em grandes conhecedores de esportes automotores... a única coisa que sabem é que um F-1 tem quatro rodas...

Está postada mais uma crítica ao nosso cotidiano: me irrita o falso nacionalismo, me irrita a falsa alegria projetada no sucesso alheio.

Escrevo tudo isso ouvindo "Seventh Son of a Seventh Son" no talo!!!

Aliás, para os grunges de plantão, hoje o Mark Lanegan, vocalista do Screaming Trees se apresenta num show acústico num clube que esqueci o nome na rua Augusta.

ABRAÇO!

jk