domingo, 9 de agosto de 2009

Fura-Breja convidado da semana: Rafael Neves


"Guga,
Fiquei boa parte dessa semana de cama, com uma virose braba. O bom é que me sobrou tempo pra escrever pro teu blog! 
Depois do furo de sábado, aqui está este texto como um pedido de  desculpas! 
Espero que curta!
Abs, 
Rafa"

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Amigos fura-brejas,

Convidado pelo mestre fura-brejeiro Guga Giglio a figurar neste prestigioso - e espumoso - blog, admito que minha primeira reação foi...fura-brejar.

O que teria eu, um exímio cumpridor de compromissos etílicos, a falar da arte de driblar uma cerva com os amigos? Logo eu, que conto as furadas-de-breja alheias com a mesma precisão que conto bolachas de chope?

Mas aí resolvi puxar mais fundo nas serpentinas da minha memória. Memória, aliás, já castigada por tonéis de Heineken, barris de Stella e engradados de Brahma.

Entre latas vazias e tampinhas amassadas, constatei: não é que o nosso mestre fura-brejeiro tinha razão em me convidar?

Ao me deparar com o meu retrospecto, percebi que sou uma espécie de Ambev dos fura-brejas. 

Já dei furos de fazer corar até a mais vermelha das Red Ale inglesas. Furos doídos, amargos como uma Stonewall Bitter morna. Furos inesquecíveis, memoráveis como o dia em que aprendemos o exato sentido da palavra Devassa.

Então, penso cá com meu half-pint de Guinness: por que é que continuam me convidando?

Porque, obviamente, alguns furos são perfeitamente compreensíveis. São furos que não pesam tanto na consciência, tal qual uma Bud Light - ou, melhor, uma Liber sem álcool!

Os fura-brejas mais renhidos hão de concordar: muitas vezes temos que abrir mão das rodadas de geladas exatamente pra garantir a cevada nossa de cada dia. Somos os provedores, reis com Coronas na cabeça. E, como tais, garantimos o arroz, o feijão e o lúpulo na mesa.

Além disso, porque não dizer que contribuímos para o melhor apreciar do tão amado líquido fermentado? Isso porque, no improvável advento de todos os convidados comparecerem a uma confraria, certamente o sabor do trigo de uma Paulaner se realçará. As notas de centeio de uma Katcher's Rye se destacarão ainda mais. As mais simples das Pilsen brasileiras ganharão contornos das mais nobres Trapistas belgas!

Por essas e outras (e por umas e outras), peço que não se envergonhem da condição de fura-brejas. Afinal, meus amigos, quem nunca furou uma breja que atire a primeira Petra.

Não, ninguém pode negar.

por @rafaneves

Rafa, é admirador, como eu, de um bom thrash-metal oitentista. E, por tudo mencionado acima e outras...  é, sem dúvida, um Fura-Breja! 

3 comentários:

  1. Grande Rafa!

    legal o seu texto, show, quando estiver inspirado, escreva mais vezes para o blog!

    abraço

    jk

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  2. JK,

    Com a minha média de furos mensais, não será difícil arrumar assunto! Hahahaha

    Abs,

    Rafa

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  3. vc atropelou, RAfa.
    andou escondendo suas habilidades literárias.
    Alan está certo, escreva mais.

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